sexta-feira, 13 de junho de 2014

“vivam como pessoas livres”

Vivam como pessoas livres. Não usem a liberdade para encobrir o mal, mas vivam como escravos de Deus. (1Pe 2.16)

Pedro está ordenando a seus leitores que “vivam como pessoas livres”, de cabeça erguida, sem qualquer sentimento de inferioridade, sem timidez, sem medo, sem o peso da tirania de alguma coisa ou alguma pessoa. É assim que deve ser a vida de quem acaba de nascer do Espírito. Esse pecador salvo agora é filho de Deus e, como filho de Deus e irmão de Jesus Cristo, é também herdeiro de Deus e coerdeiro com Cristo (Rm 8.17).

Na mesma frase, porém, Pedro também ordena: “Vivam como escravos de Deus”. Talvez os irmãos da Ásia Menor tenham ficado confusos: somos livres ou somos escravos? Os mais espertos, os mais experientes devem ter dado toda razão a Pedro, raciocinando: “Se não formos escravos de Deus, seremos escravos das tais paixões carnais das quais Pedro manda que nos afastemos”. 
É a obediência ao Senhor que torna possível a desobediência ao demônio. A verdade nua e crua é que o ser humano não tem a liberdade de comer ou não comer da árvore do bem e do mal. Desde a Queda, ele é obrigado a comer desse maldito fruto, a não ser que ele mude de patrão, por meio de uma conversão autêntica. Aí ele deixa de ser escravo da serpente para ser escravo de Cristo. 

Enquanto o compromisso com a carne machuca, humilha, rebaixa, adoece e mata, o compromisso com Cristo acaba com a dor de consciência, com a dominação “estrangeira” (não somos deste mundo), com a necessidade de uma eterna fuga, com o rebaixamento moral, com o desespero.

A pouquíssima liberdade que o ser humano tem é a de sair da dominação das trevas e ir para a dominação da luz. É aquela que Moisés propôs ao povo de Israel no fim do êxodo: “Eu lhes dou a oportunidade de escolherem entre a vida e a morte, entre a bênção e a maldição” (Dt 30.19). Na versão de Jesus, a escolha é entre a porta estreita e a porta larga, entre o caminho fácil e o caminho difícil, entre a casa sobre a rocha e a casa sobre a areia (Mt 7.13-14, 24-27).

É raro o privilégio de ser escravo de Deus!
  
Elbén Cesar/ Editora Ultimato.

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